⁠Muitas fugiam ao me ver…

Muitas fugiam ao me ver Pensando que eu não percebia Outras pediam pra ler Os versos que eu escrevia

Era papel que eu catava Para custear o meu viver E no lixo eu encontrava livros para ler Quantas coisas eu quiz fazer Fui tolhida pelo preconceito Se eu extinguir quero renascer Num país que predomina o preto

Adeus! Adeus, eu vou morrer! E deixo esses versos ao meu país Se é que temos o direito de renascer Quero um lugar, onde o preto é feliz.


Carolina Maria De Jesus

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+ Antigamente o que oprimia o homem era a palavra calvário; hoje é salário. - Carolina Maria De Jesus

+ As crianças ricas brincam nos jardins com seus brinquedos prediletos. E as crianças pobres acompanham as mães a pedirem esmolas pelas ruas. Que desigualdades tragicas e que brincadeira do destino. - Carolina Maria De Jesus

+ A tontura da fome é pior do que a do álcool. A tontura do álcool nos impele a cantar. Mas a da fome nos faz tremer. Percebi que é horrível ter só ar dentro do estômago. - Carolina Maria De Jesus

+ Escrevo a miséria e a vida infausta dos favelados. Eu era revoltada, não acreditava em ninguém. Odiava os políticos e os patrões, porque o meu sonho era escrever e o pobre não pode ter ideal nobre. Eu sabia que ia angariar inimigos, porque ninguém está habituado a esse tipo de literatura. Seja o que Deus quiser. Eu escrevi a realidade. - Carolina Maria De Jesus

+ Não digam que fui rebotalho, que vivi à margem da vida. Digam que eu procurava trabalho, mas fui sempre preterida. Digam ao povo brasileiro que meu sonho era ser escritora, mas eu não tinha dinheiro para pagar uma editora. - Carolina Maria De Jesus

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