⁠Normalmente, as rimas acontecem nos finais dos versos. Ou no começo, ou meio de um e no final de outro. Tentei criar uma triangulação rimática, sem rigor, igual à disposição das plantas nos jardins que eu planejava, colocando rimas em versos e estrofes distintas, buscando uma discreta harmonia sonora. A ver!

EVOLUÇÃO DAS FLORES Jardim da infância! Flores inocentes Visões de arco-íris. Ciranda do alecrim, Madeira rachada, Azaleia branca, margarida! Limão bravo, limão cravo. Rosa cheirosa, Alegria da mão no chão! Copo de leite, dama da noite, Recantos de São Francisco. Onze-horas encantadoras! A fada entre vedélias! Recinto sem defeitos. Todo dia é dia santo!

Jardim da adolescência! Flores igualitárias. Íris, alamanda, amarílis, Encostadas na costela-de-adão. Hibisco e Malvavisco Caídos no jasmim. Porta sem tranca, Deleite no leito! Conchavo de delírios, Egrégoras encantadoras! Agapantos, jacintos, bromélias Perdidos em um canto. O amor-perfeito eclode! Vaidade de narcisos, Comigo-ninguém-pode.

Jardim da consciência! Chuvisco no capim, Guirlanda nos cabelos, Enfeites em quase senhoras! Espada de São Jorge No tronco entortado. Punho cerrado Em luta franca. Querida Primavera! Generosa, com seu manto, Terno acalanto, Impera a fraternal era, Frutos divididos Lembram as flores libertárias: Lírios, cravos, camélias!

Sérgio Antunes de Freitas Junho de 2023


Sérgio Antunes De Freitas