Se te amo, não sei!
Amar! se te amo, não sei. Oiço aí pronunciar Essa palavra de modo Que não sei o que é amar.
Se amar é sonhar contigo, Se é pensar, velando, em ti, Se é ter-te n’alma presente Todo esquecido de mim!
Se é cobiçar-te, querer-te Como uma bênção dos céus A ti somente na terra Como lá em cima a Deus;
Se é dar a vida, o futuro, Para dizer que te amei: Amo; porém se te amo Como oiço dizer, — não sei.
————
Sei que se um gênio bom me aparecesse E tronos, glórias, ilusões floridas, E os tesouros da terra me oferecesse E as riquezas que o mar tem escondidas;
E do outro lado — a ti somente, — e o gozo Efêmero e precário — e após a morte; E me dissesse: “Escolhe” — oh! jubiloso, Exclamara, senhor da minha sorte! —
Que tesouro na terra há i que a iguale? Quero-a mil vezes, de joelhos — sim! Bendita a vida que tal preço vale, E que merece de acabar assim!