Soneto

Pergunto aqui se sou louca Quem quer saberá dizer Pergunto mais, se sou sã E ainda mais, se sou eu

Que uso o viés pra amar E finjo fingir que finjo Adorar o fingimento Fingindo que sou fingida

Pergunto aqui meus senhores quem é a loura donzela que se chama Ana Cristina

E que se diz ser alguém É um fenômeno mor Ou é um lapso sutil?


Ana Cristina Cesar

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+ Acreditei que se amasse de novo esqueceria outros pelo menos três ou quatro rostos que amei... organizei a memória em alfabetos como quem conta carneiros e amansa no entanto flanco aberto não esqueço e amo em ti os outros rostos. - Ana Cristina Cesar

+ Apaixonada, saquei minha arma, minha alma, minha calma, só você não sacou nada. - Ana Cristina Cesar

+ Angústia é fala entupida. - Ana Cristina Cesar

+ Aventura na Casa Atarracada Movido contraditoriamente por desejo e ironia não disse mas soltou, numa noite fria, aparentemente desalmado; - Te pego lá na esquina, na palpitação da jugular, com soro de verdade e meia, bem na veia, e cimento armado para o primeiro a andar. Ao que ela teria contestado, não, desconversado, na beira do andaime ainda a descoberto: - Eu também, preciso de alguém que só me ame. Pura preguiça, não se movia nem um passo. Bem se sabe que ali ela não presta. E ficaram assim, por mais de hora, a tomar chá, quase na borda, olhos nos olhos, e quase testa a testa. - Ana Cristina Cesar

+ Eu não sabia / que virar pelo avesso / era uma experiência mortal - Ana Cristina Cesar

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