Os meus livros

Os meus livros (que não sabem que existo) São uma parte de mim, como este rosto De têmporas e olhos já cinzentos Que em vão vou procurando nos espelhos E que percorro com a minha mão côncava. Não sem alguma lógica amargura Entendo que as palavras essenciais, As que me exprimem, estarão nessas folhas Que não sabem quem sou, não nas que escrevo. Mais vale assim. As vozes desses mortos Dir-me-ão para sempre.


Jorge Luis Borges

Outras frases de Jorge Luis Borges

+ As Coisas A bengala, as moedas, o chaveiro, A dócil fechadura, as tardias Notas que não lerão os poucos dias Que me restam, os naipes e o tabuleiro, Um livro e em suas páginas a desvanecida Violeta, monumento de uma tarde Sem dúvida inesquecível e já esquecida, O rubro espelho ocidental em que arde Uma ilusória aurora. Quantas coisas, Limas, umbrais, atlas, taças, cravos, Servem-nos, como tácitos escravos, Cegas e estranhamente sigilosas! Durarão para além de nosso esquecimento; Nunca saberão que partimos em um momento. - Jorge Luis Borges

+ Sempre imaginei que o paraíso fosse uma espécie de livraria. - Jorge Luis Borges

+ Não odeies o teu inimigo, porque, se o fazes, és de algum modo o seu escravo. O teu ódio nunca será melhor do que a tua paz. - Jorge Luis Borges

+ O que é o céu se não um suborno, e o que é o inferno se não uma ameaça? - Jorge Luis Borges

+ Parece-me fácil viver sem ódio, coisa que nunca senti, mas viver sem amor acho impossível. - Jorge Luis Borges

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