Frases de Arthur Rimbaud

+ Recebi no coração o golpe de misericórdia. Ah! Eu não o havia previsto. - Arthur Rimbaud

+ Vamos apreciar sem vertigem o tamanho de minha inocência. - Arthur Rimbaud

+ Quando será derrubada a infinita servidão da mulher, quando ela viverá para ela e por ela, o homem, - até agora abominável -, tendo-a despedida, ela será poeta, ela também! A mulher descobrirá o desconhecido! Seus mundos de ideias divergirão dos nossos? Ela encontrará coisas estranhas, insondáveis, repugnantes, deliciosas; nós as teremos, nós as entenderemos. - Arthur Rimbaud

+ Dos meus antepassados gauleses tenho os olhos azuis pálidos, uma firmeza limitada e a falta de habilidade na luta. - Arthur Rimbaud

+ Baile dos Enforcados (fragmento) Dançam, dançam os paladinos, Os magros paladinos do diabo, Os esqueletos dos Saladinos. - Arthur Rimbaud

+ Uma noite, sentei a Beleza no meu colo. - E a achei amarga. - E a xinguei. - Arthur Rimbaud

+ Canção da Torre Mais Alta Ociosa juventude De tudo pervertida Por minha virtude Eu perdi a vida. Ah! Que venha a hora Que as almas enamora. Eu disse a mim: cessa, Que eu não te veja: Nenhuma promessa De rara beleza. E vá sem martírio Ao doce exílio. Foi tão longa a espera Que eu não olvido. O terror, fera, Aos céus dedico. E uma sede estranha Corrói-me as entranhas. Assim os Prados Vastos, floridos De mirra e nardo Vão esquecidos Na viagem tosca De cem feias moscas. Ah! A viuvagem Sem quem as ame Só têm a imagem Da Notre-Dame! Será a prece pia À Virgem Maria? Ociosa juventude De tudo pervertida Por minha virtude Eu perdi a vida. Ah! Que venha a hora Que as almas enamora! - Arthur Rimbaud

+ A mão na pena, vale a mão na enxada. - Arthur Rimbaud

+ Flores De um pequeno degrau dourado -, entre os cordões de seda, os cinzentos véus de gaze, os veludos verdes e os discos de cristal que enegrecem como bronze ao sol -, vejo a digital abrir-se sobre um tapete de filigranas de prata, de olhos e de cabeleiras. Peças de ouro amarelo espalhadas sobre a ágata, pilastras de mogno sustentando uma cúpula de esmeraldas, buquês de cetim branco e de finas varas de rubis rodeiam a rosa d'água. Como um deus de enormes olhos azuis e de formas de neve, o mar e o céu atraem aos terraços de mármore a multidão das rosas fortes e jovens. - Arthur Rimbaud

+ No Cabaré-Verde às cinco horas da tarde Oito dias a pé, as botinas rasgadas Nas pedras do caminho: em Charleroi arrio. - No Cabaré-Verde: pedi umas torradas Na manteiga e presunto, embora meio frio. Reconfortado, estendo as pernas sob a mesa Verde e me ponho a olhar os ingênuos motivos De uma tapeçaria. - E, adorável surpresa, Quando a moça de peito enorme e de olhos vivos - Essa, não há de ser um beijo que a amedronte! - Sorridente me trás as torradas e um monte De presunto bem morno, em prato colorido; Um presunto rosado e branco, a que perfuma Um dente de alho, e um chope enorme, cuja espuma Um raio vem doirar do sol amortecido. - Arthur Rimbaud

+ Mil sonhos em mim fazem doces queimaduras. - Arthur Rimbaud

+ Sentei a beleza ao meu colo Achei-a amarga E injuriei-a - Arthur Rimbaud

+ Sabemos que o amor está por ser reinventado. - Arthur Rimbaud

+ Romance - Arthur Rimbaud (Versão do Livro "Angel", de Iago Silva") Não somos sérios aos dezessete anos. - Uma bela noite, cansado de cerveja e limonada, Cafés barulhentos com suas lâmpadas brilhantes! Andamos sob as tílias verdes da praça As tílias cheiram bem nas boas noites de Junho! Às vezes, o ar é tão fragrante que nós fechamos os olhos. O vento carregado de sons – a cidade não é longe – Tem o cheiro de vinhas e cerveja... - Ali, você só é um pequeno trapo Azul escuro, emoldurado por um galho, Alfinetado por uma estrela malvada, que derrete Em estremecimentos doces, pequena e muito branca... Noite de Junho! Dezessete anos! – Nós somos dominados por tudo isso. A seiva é champanhe que sobe à cabeça... Nós falamos bastante e sentimos um beijo nos lábios Tremendo ali, como um pequeno inseto... Nosso coração selvagem vai Robinsonando pelos romances, - Quando, na luz de uma lâmpada pálida da rua, Uma menina passa, atraente e charmosa, Sob a sombra da gola terrível de seu pai... E à medida que ela te acha incrivelmente ingênuo, Ao bater suas pequenas botas, Vira abruptamente e de modo vívido... - Então, cavatinas morrem em seus lábios... Você está apaixonado. Ocupado até o mês de Agosto. Você está apaixonado. – Seus sonetos a fazem rir. Todos seus amigos somem, você é ridículo. - Então, uma noite a garota que você venera condescende a lhe escrever...! - Aquela noite... – você retorna aos cafés claros, Você pede cerveja e limonada... - Não somos sérios aos dezessete anos E quando temos tílias verdes nas praças. - Arthur Rimbaud

+ A moral é a fraqueza do cérebro. - Arthur Rimbaud

+ Sua bondade e sua caridade, sozinhas, lhe darão o direito de ser, no mundo, real? - Arthur Rimbaud

+ Que venha a hora da paixão! - Arthur Rimbaud

+ O poeta se faz vidente por um longo, imenso e pensado desregramento de todos os sentidos. todas as formas de amor, de sofrimento, de loucura; ele busca a si mesmo, ele exaure em si mesmo todos os venenos, para então guardar apenas as quintessências. inefável tortura na qual necessita de toda a fé, toda a força sobre-humana, onde ele se torna entre todos o grande doente, o grande criminoso, o grande maldito, – e o supremo sábio! – pois ele chega ao desconhecido! uma vez que ele cultivou sua alma, já rico, mais que todos! ele chega ao desconhecido, e quando, enlouquecido, ele acabaria por perder a inteligência de suas visões, ele as viu! que ele estoure em seu sobressalto pelas coisas inaudíveis e inomináveis: virão outros horríveis trabalhadores; eles começarão pelos horizontes onde o outro se abateu! - Arthur Rimbaud

+ O gênio é a recuperação da infância por vontade própria. - Arthur Rimbaud

+ É preciso reinventar o amor, toda a gente sabe. - Arthur Rimbaud

+ A vida é uma comedia em que todos tomamos parte. - Arthur Rimbaud

+ REALEZA Numa bela manhã, em meio a gente doce, um homem e uma mulher soberbos gritavam pela praça pública:"Amigos, quero que ela seja minha Rainha!", "Quero ser Rainha!". Ela ria e tremia.Ele falava aos amigos de revelação, de uma provação terminada.Eles desmaiavam um no outro. De fato, eles foram reis por uma manhã inteira, em que tapeçarias carminadas se estenderam sobre as casas; E a tarde inteira, em que eles avançaram do lado do jardim de palmeiras. - Arthur Rimbaud

+ A Eternidade De novo me invade. Quem? – A Eternidade. É o mar que se vai Como o sol que cai. Alma sentinela, Ensina-me o jogo Da noite que gela E do dia em fogo. Das lides humanas, Das palmas e vaias, Já te desenganas E no ar te espraias. De outra nenhuma, Brasas de cetim, O Dever se esfuma Sem dizer: enfim. Lá não há esperança E não há futuro. Ciência e paciência, Suplício seguro. De novo me invade. Quem? – A Eternidade. É o mar que se vai Com o sol que cai. - Arthur Rimbaud